Dr. Glaysson Tassara
CRM - 24.605
RQE - 13.972
Graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG (1986-1991)
Especialização em Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de BH (1992-1993)
Título de especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia/Associação Médica Brasileira (1994)
Fellow em Cirurgia Micrográfica de Mohs no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (2006)
Curso de Unha sob supervisão do Dr. Bertrand Richert, na Bélgica (2007)
Preceptor de Cirurgia Dermatológica do programa de residência médica em dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de BH (1998 a 2008)
Preceptor de Cirurgia Dermatológica do programa de residência médica em dermatologia do Hospital da Polícia Militar de MG (2008 a 2010)
Presidente da Diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Minas Gerais (gestão 2015-2016)
Dr. Glaysson Tassara
CRM - 24.605
RQE - 13.972
Graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – FCMMG (1986-1991)
Especialização em Dermatologia pela Santa Casa de Misericórdia de BH (1992-1993)
Título de especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia/Associação Médica Brasileira (1994)
Fellow em Cirurgia Micrográfica de Mohs no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (2006)
Curso de Unha sob supervisão do Dr. Bertrand Richert, na Bélgica (2007)
Preceptor de Cirurgia Dermatológica do programa de residência médica em dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de BH (1998 a 2008)
Preceptor de Cirurgia Dermatológica do programa de residência médica em dermatologia do Hospital da Polícia Militar de MG (2008 a 2010)
Presidente da Diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Minas Gerais (gestão 2015-2016)
Tratamentos
Câncer de Pele
A pele sofre os efeitos da radiação do Sol, em especial da radiação ultravioleta B (UVB), que está presente em maior intensidade entre 10 e 15 horas, e da radiação ultravioleta A (UVA), que encontra-se presente enquanto houver luz do Sol. Os efeitos provocados pela radiação sobre a pele são o surgimento de rugas, manchas, vasos finos (conhecidos como telangiectasias) e câncer de pele.
O câncer de pele pode ser separado em dois grupos principais: o Câncer de Pele Não Melanoma (Carcinoma Basocelular e Carcinoma de Células Escamosas) e o Melanoma propriamente dito.
CARCINOMA BASOCELULAR
O Carcinoma Basocelular (CBC) trata-se do tipo mais comum de câncer de pele: corresponde a 75% dos casos totais. Ele raramente provoca metástase (acometimento de outros tecidos e órgãos do corpo), o que gera grande alívio ao paciente.
Contudo, ele tende a crescer microscopicamente, invadindo a pele além da lesão visível, o que é denominado de crescimento subclínico. O risco do CBC está relacionado com a extensão deste crescimento subclínico, que ocorre de forma progressiva, invadindo a pele vizinha, podendo atingir áreas mais profundas. A velocidade de crescimento geralmente é lenta, porém existem casos em que ocorre de forma rápida.
Assim, quanto maior a extensão subclínica do tumor, maior será a cicatriz (dano estético) deixada após a realização da cirurgia para o tratamento. Por isto é importante o diagnóstico precoce, possibilitando maior taxa de cura e menor dano à pele.
Dependendo da localização, da extensão do tumor e da profundidade atingida, além do dano estético, poderá ocorrer um dano funcional. Isto ocorre, por exemplo, no caso em que o tumor atinge algum nervo motor importante, o que poderá gerar paralisia da área tratada. Em casos mais graves, o tumor pode invadir estruturas nobres, como olhos, cartilagens e até tecido ósseo e, nestes casos, exigir um tratamento com mutilação. Raramente esta invasão pode ser tão profunda a ponto de causar problemas mais sérios ou mesmo o óbito.
Tratamento
Para a maioria dos casos de CBC, o tratamento de predileção é a cirurgia, que possibilita grande possibilidade de cura. O ideal é que as lesões sejam tratadas em fase inicial.
Existem outras opções de tratamento para casos específicos, como imiquimode tópico, terapia fotodinâmica, curetagem e eletrocoagulação, crioterapia, radioterapia, entre outras. A decisão final do tratamento deve sempre ser embasada pela opinião do seu médico.
O tratamento cirúrgico consiste na exérese do tumor, ou seja, na retirada total do tumor, o que garante a cura. Para que isto ocorra, deve ser realizada a retirada do câncer e da pele “normal, em torno” dele, denominada margem de segurança. A cura é obtida a partir do momento em que o tumor foi “retirado dentro desta margem de segurança, não restando nada na pele do paciente”. Outra excelente opção de tratamento cirúrgico consiste na cirurgia micrográfica de Mohs, descrita com mais detalhe em tópico individual.
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS (OU CARCINOMA ESPINOCELULAR)
Trata-se do segundo tipo de câncer de pele mais frequente. É caracterizado por apresentar células com maior agressividade (comparando-se ao Carcinoma Basocelular) e que podem progredir por área mais extensa da pele, invadir planos mais profundos, provocar metástase (acometimento de outros tecidos e órgãos do corpo) e, até mesmo, causar o óbito.
Assim, além da preocupação estética e funcional, deve-se atentar para a possibilidade de metástase.
Tratamento
A cirurgia é a técnica de escolha para o tratamento. Outras opções terapêuticas podem ser utilizadas para casos específicos. Trata-se de carcinoma curável, principalmente, quando o tratamento ocorre numa fase inicial (vide tratamento para Carcinoma Basocelular).
MELANOMA
Trata-se do terceiro câncer de pele mais comum, cuja importância está ligada à precocidade da possibilidade de metástases (acometimento de outros tecidos e órgãos do corpo). Por isto, é muito importante que ele seja reconhecido e tratado o mais cedo possível.
O paciente deve estar atento a “pintas” novas ou que sofreram alterações, em especial, se estas alterações seguem a regra do ABCDE: A-“pintas” Assimétricas; B-“pintas” com Bordas irregulares; C-“pintas” com alterações de Cores (deve-se atentar para a cor preta, em especial); D-“pintas” com Dimensões aumentadas (ou que aumentaram em relação ao que eram anteriormente); E- “pintas” com Evolução ou mudança, principalmente recente ou abrupta. Outro sinal importante são as “pintas” que destoam das demais (aparência diferente).
O diagnóstico é realizado através da biópsia da lesão: retirada cirúrgica de toda a “pinta” ou mancha e envio do fragmento da pele para exame anátomo patológico.
Tratamento
O tratamento do melanoma consiste na cirurgia, com o objetivo de “retirá-lo totalmente”, sempre que possível. Assim como nos outros tipos de câncer de pele, é importante que seja retirada a margem de segurança.
Felizmente, o arsenal de tratamento complementar vem aumentando constantemente, mesmo para os casos avançados. Existem novas técnicas de exame, de estadiamento e de tratamento, que devem ser analisadas para cada caso e indicadas conforme a avaliação de seu médico.
Um exemplo de exame é a pesquisa do linfonodo sentinela, destinada a verificar se o melanoma atingiu ou não o gânglio (linfonodo) mais próximo. Seu princípio baseia-se no fato de que, para ocorrer a metástase, o melanoma tem que passar primeiro por um linfonodo correspondente àquela região do tumor. Exemplificando, para o entendimento leigo: seria como se alguém tivesse uma única porta para sair de um prédio. “Não tem como ele ir para a rua” sem ter passado por ela. Assim, através deste exame, pretende-se verificar se o linfonodo sentinela, ou seja, o primeiro linfonodo por onde a metástase “passa”, foi acometido pelas células do melanoma. Se ele não estiver afetado, é menos provável que uma metástase tenha ocorrido. Este exame permite a realização do estadiamento mais refinado, o que pode ter repercussões até nas opções de tratamento. Dentro do protocolo brasileiro estabelecido pelo Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), a pesquisa do linfonodo sentinela está indicada para casos específicos, com critérios bem estabelecidos, que podem ser explicados pelo seu médico.
Outro exemplo consiste na descoberta de marcadores do melanoma, que tem importância na chamada terapia alvo, em casos onde já ocorreu a metástase. É possível avaliar, de antemão, se determinadas drogas poderiam ou não atuar e, consequentemente, serem ou não empregadas para o tratamento.
Cirurgia Micrográfica de Mohs
Consiste em método de tratamento do câncer de pele no qual é realizado o controle de margem durante a cirurgia de retirada do tumor. Permite uma avaliação mais precisa do acometimento das bordas e proporciona a remoção completa do tumor na grande maioria dos casos. Esta técnica é bastante empregada para o tratamento do Carcinoma Basocelular, do Carcinoma Espinocelular e do Dermatofibrossarcoma Protuberans.
O que significa cirurgia com controle de margem?
O tratamento cirúrgico do câncer de pele consiste na exérese do tumor, ou seja, na retirada cirúrgica total do tumor. Realiza-se a retirada da pele com o tumor e da pele vizinha “normal” circunjacente (denominada de margem de segurança), de forma que nenhuma célula tumoral permaneça na pele do paciente.
Por controle de margem entende-se a averiguação realizada através do uso do microscópio, para checar se o tumor foi totalmente retirado ou não. Ela é realizada no tecido removido e visa verificar se houve permanência de alguma(s) célula(s) tumoral(ais) na margem do fragmento e, consequentemente, no paciente.
Para isto, é realizado um mapeamento minucioso de toda a pele e tumor retirados, tornando possível identificar com precisão o local de permanência de algum foco de tumor.
Na cirurgia de Mohs, o exame para checar a margem do tumor é realizado durante a própria cirurgia através de cortes de congelação, com o emprego do aparelho criostato. Assim, se é identificado que a margem está comprometida, é possível remover mais pele com lesão tumoral no mesmo momento, pois o paciente fica aguardando e a ferida permanece “aberta” (mas coberta por curativo), até que se atinja o final da cirurgia, quando é realizada a reconstrução.
Assim, se for detectado que permaneceu tumor no paciente, realiza-se uma nova retirada de forma precisa, somente nos locais em que o tumor permaneceu, poupando-se as demais áreas sem tumor. Esta etapa será repetida se for detectado que ainda resta tumor no paciente. O procedimento segue até que se obtenha margem livre.
Outra vantagem importante desta cirurgia é que se consegue examinar de 94 a 99% da pele retirada, dependendo do tipo do tumor, o que gera grande precisão e eficiência. Faz-se necessário a utilização de um microscópio óptico para que seja realizada a checagem das lâminas contendo os fragmentos retirados.
Somente ao final, após a confirmação de sua remoção, é realizada a reconstrução.
Abaixo, podemos visualizar através de desenho como a cirurgia Micrográfica de Mohs é realizada:
Fig. 1: Paciente com um tumor na face
Fig. 2: Início da cirurgia, com a retirada do tumor.
Fig. 3: Em seguida, é realizada a retirada da margem, que será examinada pela técnica de Mohs. Observe que, após retirada do tumor, esta margem representa a periferia (seja a lateral, seja a profunda), que encontrava-se circunjacente ao tumor.
Fig. 4: Esta margem removida é dividida em fragmentos menores, de acordo com o seu tamanho, para facilitar a sua preparação, até se transformarem em lâminas, para poderem ser avaliadas no microscópio, conforme demonstrado abaixo.
Fig. 5: Avaliação de cada um dos fragmentos da margem ao microscópio óptico. A avaliação de todos os fragmentos da margem propiciará a avaliação de praticamente toda a periferia do tumor. No desenho acima, a seta representa a imagem de um Carcinoma Basocelular que foi visualizado em uma pequena área da margem, mostrando estar comprometida.
Fig. 6: Após a constatação de que ficou tumor em uma das margens, realiza-se a ampliação (remoção de uma nova camada) somente no local em foi verificado a persistência do tumor.
Fig.7: Realiza-se o exame deste novo fragmento removido (ampliação), novamente, no microscópio. Se ele mostrar a presença do tumor, será necessário repetir o mesmo processo, até que se obtenha margem livre.
Fig.8: Após a obtenção de margem livre, realiza-se o fechamento e a reconstrução da ferida.
A Cirurgia Micrográfica de Mohs apresenta taxa de cura de 94 a 99% (de acordo com o tipo do tumor tratado), segundo a literatura médica. Além disto, ela pode poupar tecido sadio, já que, como o exame é realizado durante a cirurgia, remove-se, de preferência, somente o tecido comprometido com as células tumorais.
Indicações da Cirurgia de Mohs
Carcinomas Basocelulares (CBCs)
A-Quais são CBCs que poderão se beneficiar da Cirurgia de Mohs?
Os CBCs podem ser divididos em CBCs de alto risco para recidiva e CBCs de baixo risco de recidiva. Por recidiva, entende-se o retorno ou reaparecimento do mesmo tumor após o tratamento. A literatura médica demonstra evidências de que os CBCs de alto risco, quando tratados com a cirurgia de Mohs, apresentam maior taxa de cura do que quando tratados com a cirurgia convencional.
B-Qual é a impotância de um CBC de alto risco de recidiva?
Como o próprio nome revela, trata-se de um CBC com maior probabilidade de recidivar (retornar) após o tratamento, seja por possuir um padrão agressivo, seja pela localização ou por maior extensão subclínica (crescimento microscópico do tumor, não visível a olho nu). A partir do momento em que ocorre uma recidiva do CBC, ele pode modificar o seu padrão, passando para um padrão mais agressivo (atingindo maior extensão lateral ou na profundidade), o que aumenta a probabilidade de recidivar novamente. Isto é potencialmente perigoso em áreas como a região periorbital (região das pálpebras e olhos), nasal e auricular (orelhas), onde o tumor pode penetrar profundamente. Assim, esses tumores agressivos, se não forem adequadamente tratados, apresentam risco de invadir estruturas nobres e profundas.
C-Quais são os CBCs de alto risco de recidiva e que têm indicação para a realização da cirurgia de Mohs?
Há evidências científicas de que cada ítem abaixo atue de forma isolada como fator de risco aumentado para causar recidiva:
1- CBCs que apresentem o seguinte tipo histológico (primários ou recidivados):
– Esclerodermiforme
– Infiltrativo
– Micronodular
– Metatípico;
2- CBCs recidivados (ou seja, CBCs que já foram tratados e retornaram);
3- CBCs com invasão perineural (nervo);
4- CBCs maiores do que 2 cm;
5- CBCs mal delimitados do ponto de vista clínico.
6- CBCs localizados na região periorbital, auricular (orelhas) ou nasal (independente dos outros fatores acima).
Carcinoma de Células Escamosas (CCE) ou Espinocelular
Quais são os CCEs que poderão se beneficiar da cirurgia de Mohs?
Por se tratar de tumor mais agressivo, com potencial de metástase, o CCE também pode ser tratado com a cirurgia de Mohs.
Os CCEs localizados em cicatrizes, na região auricular, na região do lábio inferior e/ou recidivados e/ou apresentando na histologia tumor indiferenciado ou pouco diferenciado e/ou com profundidade maior e/ou com invasão perineural, apresentam um risco maior de recidiva e de metástase.
Apesar da cirurgia de Mohs não identificar a metástase, ela possibilita uma precisão maior para a exérese do tumor, reduzindo a probabilidade de recidiva, e, consequentemente, a possibilidade do tumor em provocar metástase.
Outras indicações da cirurgia de Mohs
Outros tumores se beneficiam da cirurgia de Mohs, em especial o Dermatofibrossarcoma protuberans.
Tempo de duração da Cirurgia de Mohs
Trata-se de um procedimento detalhado e minucioso e, portanto, é esperado que seja demorado. O tempo entre o início e o fim da cirurgia poderá ser de 3 a 8 horas. Um grande tempo é despendido com o exame.
O exame anátomo-patológico é realizado durante a cirurgia e, dependendo do tamanho do tumor e da detecção de margens comprometidas, poderá ser repetido algumas vezes. Além disso, ao final, é realizada a reconstrução da ferida operatória, para a maioria dos casos. Por isso, o paciente e seus familiares devem estar cientes de que o tempo que o paciente permanecerá no bloco será longo.
Dermatoscopia
A dermatoscopia é um método que permite a visualização mais detalhada de estruturas da pele e é uma ferramenta muito útil em pacientes com suspeita de câncer de pele. É realizada em consultório e é indolor.
Como é realizada?
A técnica envolve a utilização do dermatoscópio, aparelho que contém uma lente de aumento em sua extremidade. Pode ser utilizada com imersão (gel ou óleo), quando haverá contato do aparelho com a pele, ou com uma lente de luz polarizada, sem contato.
O dermatologista treinado é capaz de identificar as estruturas presentes na lesão examinada e interpretar o resultado.
A dermatoscopia pode ser utilizada em qualquer região do corpo, como couro cabeludo, lábios, região genital e unhas.
Indicações
É possível realizar o exame em diversas lesões de pele, mas sua indicação é especialmente útil naqueles pacientes com múltiplos nevos (“pintas”) ou com manchas e nódulos suspeitos de câncer de pele. Permite a diferenciação entre o nevo benigno e o melanoma, o câncer de pele de maior gravidade. Também permite o diagnóstico de outros tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e o espinocelular, além de lesões benignas, como ceratose seborreica, melanoses solares e lesões vasculares.
Resultados
O método auxilia o dermatologista no exame clínico e na decisão do tratamento a ser realizado a seguir.
Tratamento de unhas
A unha, ou placa ungueal, é anexo da pele e, portanto, alvo de estudo da dermatologia.
Na realidade, a unha é componente de uma estrutura maior, denominada complexo ungueal. Este é composto pela matriz (responsável pela produção de mais de 90% da unha), pelo leito ungueal (responsável pela aderência e pela coloração rosada da unha), pelas dobras laterais (locais em que pode ocorrer o encravamento), pela dobra proximal (local em que é produzida a cutícula) e pelo hiponíquio (local onde pode iniciar o descolamento da unha).
As unhas das mãos crescem, em média, 2 mm por mês. Caso a unha de um dedo da mão “caia ou seja extraída”, ela demorará cerca de seis meses para crescer e voltar ao seu tamanho normal. Já as unhas dos pés crescem 1 mm por mês e demoram de 10 a 12 meses para atingir o seu tamanho final. Em determinadas situações, a velocidade de crescimento poderá ser maior.
Muitos pacientes pensam que a micose é a única doença da unha, mas ela pode ser sede de outros problemas, conforme será descrito a seguir.
Unha Encravada ou Onicocriptose
A unha encravada surge em decorrência de um conflito entre a unha e a pele adjacente, que pode provocar o surgimento de dor, secreção, edema (“inchaço”) e hipertrofia (aumento) das partes moles e do tecido de granulação. Trata-se de problema frequente entre os adolescentes e adultos jovens.
Alguns fatores são reconhecidos como causadores da unha encravada: corte inadequado das unhas, uso de calçado apertado, hiperidrose (transpiração excessiva nos pés), edema dos membros inferiores (como o que ocorre, frequentemente, no final de gravidez), distúrbios biomecânicos, uso de isotretinoína oral, entre outros.
Classificação
A unha encravada pode ser classificada em 3 graus:
Grau I – o paciente queixa-se apenas de dor ao toque ou ao contato com sapato e há uma vermelhidão na pele adjacente. Frequentemente, o paciente corta o canto que incomoda, provocando um alívio temporário. Contudo, ao crescer, a unha tende a encravar-se novamente.
Grau II – além da dor e da vermelhidão, o paciente apresenta secreção, edema e hipertrofia da pele no local do encravamento.
Grau III – presença dos sintomas anteriores, além de surgimento do granuloma, de grande hipertrofia e edema, e de secreção em maior abundância.
Tratamento
Os estudos sugerem que, para os graus II e III, a melhor opção de tratamento é o cirúrgico. Para o grau I, além da opção de se realizar o tratamento cirúrgico, há a possibilidade do tratamento conservador.
Tratamento conservador
Como tratamento conservador (não cirúrgico) existem as seguintes opções: tratamentos para reduzir a quantidade de secreção; tratamentos para reduzir o tamanho do tecido de granulação (tais como quimiocirurgia ou criocirugia ou eletrocoagulação); afastadores para distanciar ou separar a zona de atrito da unha com a pele enferma; órteses para elevar a unha curvada que está provocando o encravamento, entre outros. A literatura científica mostra que estes tratamentos resolvem entre 20 e 30% dos casos de unha encravada.
Tratamento Cirúrgico
De acordo com a literatura médica, os melhores resultados são obtidos com o tratamento cirúrgico. Existe mais de um tipo de técnica para o tratamento cirúrgico da unha encravada, apresentando resultados satisfatórios. A escolha vai depender de cada cirurgião e de sua experiência com uma ou outra técnica.
Uma técnica bastante utilizada é a da fenolização, na qual a substância fenol é aplicada sobre o canto da matriz ungueal, onde a unha está encravada, promovendo sua destruição. Como o canto da unha é destruído e a unha fica mais estreita, a zona de conflito entre a unha e a pele adjacente deixa de existir, desaparecendo o encravamento.
Segundo a literatura médica, é uma técnica que apresenta taxa de cura em 91 a 99% dos casos. Em 2010, publicamos na revista médica “Anais Brasileiros de Dermatologia” um trabalho de revisão de casos de pacientes tratados para unha encravada com este método e pudemos comprovar seus bons resultados, semelhantes aos encontrados na literatura.
Para prevenir o encravamento da unha, devemos tomar os seguintes cuidados:
1- Evitar o uso de calçados apertados.
2- Cortar as unhas, evitando cortar os cantos. O ideal é deixar a unha com o formato quadrado.
3-Para as pessoas que transpiram muito nos pés, é recomendado secá-los bem após o banho e após contato com água, e, em alguns casos, utilizar um pó secante. Em casos em que há transpiração abundante, um dermatologista deverá ser consultado.
Paroníquia Crônica
Trata-se de problema comum em profissionais que têm muito contato com água e produtos químicos ou de limpeza, tais como copeiros, lavadeiras, donas de casa, etc. Popularmente, é conhecido como “panarício” ou “unheiro”.
Deve-se procurar um dermatologista, pois existem boas opções de tratamento. Geralmente, inicia-se terapêutica clínica (com medicamentos para uso em domicílio). Contudo, para os casos resistentes, existe a possibilidade de se realizar cirurgia, que também apresenta bons resultados.
Unha em Pinça
É também denominada de unha em telha ou unha dobrada. O nome mais aceito, atualmente, é o de hipercurvatura transversa.
Conforme revela o próprio nome, trata-se de problema em que a curvatura da unha torna-se muito acentuada, provocando dor e encravamento, além do próprio problema estético (a unha fica muito curvada, estreita, mais elevada, às vezes tocando nos calçados).
Para o tratamento, algumas opções são descritas: órteses para casos mais brandos e diferentes técnicas cirúrgicas para os casos mais acentuados.
Melanoníquia Longitudinal
Consiste de faixa cinza, marrom ou preta acometendo a(s) unha(s) no sentido longitudinal.
Pode ter como causa: medicamentos, fungos (micose), bactérias, raça, traumatismo, nevo melanocítico (pinta), etc.
A sua importância deve-se ao fato de que, raramente, pode ser causada pela presença de um câncer de pele, o Melanoma. Por isto, a avaliação do dermatologista é essencial para que seja realizado um diagnóstico adequado.
Felizmente, na grande maioria dos casos, trata-se de lesão benigna, sem risco. Ocasionalmente, é necessário fazer a biópsia da região para esclarecimento diagnóstico.
Tumores Ungueais
O complexo ungueal pode ser sede tanto de tumores benignos quanto de malignos, quais sejam:
1- Exostose subungueal: afecção que geralmente cresce na região abaixo da unha, provocando elevação e deformidade;
2- Pseudocisto mixóide: também conhecido como cisto sinovial, mais comum na terceira idade e nos dedos das mãos;
3- Tumor glômico: caracterizado pela presença de uma mancha avermelhada e dolorosa na unha;
4- Verrugas virais;
5- Fibromas e fibroceratomas;
6- Onicomatricoma: tumor recentemente descrito na literatura médica. O nosso grupo participou de um estudo a respeito do tema, que foi publicação no British Journal of Dermatology, em 2015, em conjunto com colegas de outros estados e com colega Italiana;
7- Carcinomas espinocelular e basocelular;
8- Melanoma.
Todas estas lesões são passíveis de tratamento. Com relação aos tumores malignos, o tratamento deve ser instituído de forma rápida e precoce após avaliação do dermatologista.
Onicomicose
A micose, infecção causada por um fungo, é um dos problemas mais frequentes da unha.
Para confirmar o diagnóstico de onicomicose, é importante consultar um dermatologista, pois várias outras doenças podem “imitar” (apresentar características similares) a micose de unhas, tais como a psoríase, líquen plano, descolamentos (onicólise) de unha de causas variadas, entre outros.
Para esta diferenciação, poderá ser necessária a confirmação do diagnóstico através de exame micológico.
É importante, portanto, que o diagnóstico da onicomicose seja confirmado de maneira adequada.
Atualmente há boas opções de medicamentos orais para o tratamento da micose de unhas, que são considerados seguros. Para o tratamento tópico, a melhor opção consiste na utilização de esmaltes, mais adequados para a unha.
Um ponto importante para o tratamento da onicomicose é o conhecimento de que o resultado é lento e demorado.
Outras
Diversas outras doenças podem afetar as unhas, além daquelas discutidas acima. São exemplos: psoríase e líquen plano.
Se houver aparecimento de manchas, inflamações e nodulações nas unhas ou em suas bordas, procure um dermatologista.
Dermatologia Cosmiátrica
Peeling Químico
O peeling químico é a aplicação de uma substância tópica na pele a ser tratada, com o objetivo de remover suas camadas externas e promover sua renovação e melhora da textura.
Indicações
Muitos pacientes podem se beneficiar do peeling químico: ele é indicado para o tratamento complementar de melasma, acne, cicatrizes de acne, manchas senis ou solares, rugas finas, sardas e pele danificada pelo sol.
Como é realizado?
A pele do paciente é preparada e, a seguir, aplica-se uma substância (creme ou solução) no local desejado: face, pescoço, colo, antebraços ou mãos.
A escolha do produto deve ser feita pelo médico dermatologista, a depender da indicação e do tipo de pele do paciente. O tempo de contato do peeling com a pele também é variável de acordo com a substância utilizada e o objetivo a ser alcançado: pode variar de poucos minutos a seis horas.
O ideal é que o procedimento seja realizado em três sessões, com intervalos de um mês entre cada, ou conforme indicado pelo dermatologista.
O procedimento pode causar dor e desconforto variáveis.
Após poucos dias de tratamento, a pele fica vermelha, levemente inchada e observam-se descamação e, em casos de peelings mais agressivos, formação de crostas. Em torno do sétimo dia, a recuperação torna-se completa, podendo variar de acordo com a região tratada e a substância escolhida.
Resultados
Os resultados são observados após sete dias do tratamento e são progressivos à medida que as sessões seguintes são realizadas.
Cuidados e riscos
É importante que o paciente siga as orientações do dermatologista quanto aos cuidados pré e pós procedimento, principalmente em relação à fotoproteção.
Em alguns casos, o tratamento pode levar ao aparecimento de manchas escuras ou esbranquiçadas na face. Para minimizar os riscos, o dermatologista deve avaliar o paciente previamente à sessão e acompanhá-lo durante os meses seguintes.
A pele não pode estar bronzeada e o paciente deve ter evitado a exposição ao sol nos 30 dias anteriores à sessão.
O paciente deve informar ao médico dermatologista se há história pessoal de herpes simples ou outras doenças da pele.
Após o procedimento, deve-se evitar rigorosamente a exposição solar e recomenda-se usar filtro solar conforme indicação médica. O reinício do tratamento domiciliar (cremes e afins) fica a critério do médico.
Não é necessário repouso. A suspensão das atividades rotineiras restringe-se ao período do contato do medicamento (peeling) com a pele – em alguns casos, essa restrição dura seis horas.
Gestantes e lactantes: converse com seu dermatologista para avaliar o melhor tratamento neste momento.
Em caso de dúvidas, entre em contato com seu dermatologista. A equipe da Clínica Tassara está à sua disposição!
Preenchimento Facial
Preenchimento cutâneo é a aplicação de substâncias nas rugas e nas áreas profundas da pele, chamadas de sulcos. O objetivo do tratamento é preencher estas regiões, que se aprofundam ao longo do tempo. Dessa forma, as rugas e os sulcos são amenizados e a flacidez da pele também é reduzida.
O ácido hialurônico é o produto mais utilizado atualmente. Ele está presente naturalmente no organismo. Na sua apresentação sintética, é um líquido transparente e viscoso, preservado em seringas estéreis.
Indicações
O tratamento é indicado para redução de rugas, suavização dos sulcos, aumento do volume de regiões malares e lábios e melhora do contorno facial. A substância pode ser aplicada em face, regiões de pálpebras inferiores, lábios e dorso das mãos.
Como é realizado?
O tratamento deve ser realizado em consultório pelo seu médico dermatologista.
O local da aplicação é limpo com um agente antibacteriano. Alguns produtos apresentam anestésico associado ao preenchedor na seringa estéril. Em outros casos, aplica-se um creme anestésico na área a ser tratada, com pelo menos vinte minutos de antecedência.
Em seguida, o preenchedor é injetado nos locais desejados. O período de duração do tratamento é de poucos minutos.
Podem ocorrer edema (inchaço) e hematoma (coloração arroxeada) nas áreas tratadas, que desaparecem em poucos dias.
A realização de teste alérgico não é indicada previamente à aplicação.
Resultados
O resultado final é notado após cerca de duas semanas, quando o inchaço desaparece completamente.
O tratamento não é permanente: a duração do preenchimento com ácido hialurônico varia entre 8 e 12 meses.
Cuidados e riscos
É importante que o paciente siga as orientações do dermatologista quanto aos cuidados pré e pós procedimento.
O paciente deve informar ao médico dermatologista se há história pessoal de herpes simples ou outras doenças da pele.
Os efeitos adversos são geralmente leves e temporários: edema (inchaço) e pequenos hematomas (sangramento discreto e coloração arroxeada) no local da aplicação. Alguns efeitos incomuns são acne, prurido (coceira), erupção cutânea e dormência temporária da região tratada. Em raros casos observam-se infecção no local da aplicação, nódulos ou caroços, migração do preenchedor para outras regiões, paralisia temporária dos músculos da face e necrose (morte da pele). Se alguma reação ocorrer, informe o seu dermatologista.
Não é necessário repouso.
Este tratamento não é permitido em gestantes ou mulheres no período de amamentação.
Em caso de dúvidas, entre em contato com seu dermatologista. A equipe da Clínica Tassara está à sua disposição!
Radiofrequência Fracionada
A radiofrequência fracionada (FRAXX®) é uma tecnologia recentemente lançada para rejuvenescimento facial e para tratamento de cicatrizes de acne. O aparelho emite ondas eletromagnéticas que, ao entrar em contato com a pele, transforma-se em calor e produz pequenos pontos de queimaduras na pele, semelhante ao aparelho de CO2 fracionado. Esse processo estimula a produção de um novo colágeno e melhora a flacidez, linhas de expressão e cicatrizes.
Indicações
O procedimento é indicado para tratamento de cicatrizes de acne, para redução de linhas de expressão e alívio da flacidez da face.
Como é realizada?
A ponteira do aparelho é encostada na pele e o paciente sente ardor e calor no local. O processo é repetido até que toda a região seja tratada.
O procedimento causa dor e desconforto e deve ser realizado após aplicação de anestesia tópica ou, em casos selecionados, bloqueio anestésico da região a ser tratada. O tratamento da face dura cerca de uma hora.
Após o tratamento, a pele fica vermelha e inchada e observam-se pontos enegrecidos que correspondem às áreas de pequenas queimaduras causadas pela ponteira do aparelho. No terceiro dia, há formação de crostas e a pele pode sofrer descamação. Em torno do sétimo dia, a recuperação torna-se completa, podendo variar de acordo com a região tratada e a potência utilizada.
Resultados
Os resultados são observados ao longo das sessões. Recomenda-se uma aplicação mensal por, no mínimo, seis meses.
Cuidados e riscos
É importante que o paciente siga as orientações do dermatologista quanto aos cuidados pré e pós procedimento, principalmente em relação à fotoproteção.
Em alguns casos, o tratamento pode levar ao aparecimento de manchas escuras ou esbranquiçadas na face. Para minimizar os riscos, o dermatologista deve avaliar o paciente previamente à sessão e acompanhá-lo durante os meses de tratamento.
A pele não pode estar bronzeada e o paciente deve ter evitado a exposição ao sol nos 30 dias anteriores à sessão.
O paciente deve informar ao médico dermatologista se há história pessoal de herpes simples ou outras doenças da pele.
Após o procedimento, deve-se evitar rigorosamente a exposição solar e recomenda-se usar filtro solar conforme indicação médica. O reinício do tratamento domiciliar (cremes e afins) fica a critério do médico.
Não é necessário repouso ou interrupção das atividades rotineiras.
Em caso de dúvidas, entre em contato com seu dermatologista. A equipe da Clínica Tassara está à sua disposição!
Toxina Botulínica
A toxina botulínica é uma substância purificada, derivada da bactéria Clostridium botulinum, e tem a função de bloquear ou inibir a contração do músculo. Ao se injetar a substância na região desejada, o músculo tratado não se contrai, impedindo ou minimizando o aparecimento das rugas faciais.
Indicações
O tratamento é indicado para pacientes que desejam suavizar as marcas de expressão da face.
Também é indicado no tratamento da hiperidrose axilar e palmar (excesso de sudorese em axilas e palmas das mãos).
Como é realizada?
A toxina botulínica é aplicada em pequenas quantidades através de injeções em músculos específicos da face. Ao ter sua ação enfraquecida, as marcas de expressões minimizam ou desaparecem completamente, porém o paciente mantém as expressões faciais preservadas. O número de aplicações é variável entre cada paciente e local de tratamento.
A agulha utilizada é muito fina e delicada, causando leve desconforto e dor bem tolerada. Não é necessário aplicação de anestésicos locais em face.
O procedimento é habitualmente rápido e a sessão dura cerca de quinze minutos.
A substância também é utilizada em axilas e palmas das mãos para minimizar a sudorese. Nestes casos, a toxina é injetada diretamente nestas regiões após a aplicação de anestesia local.
Resultados
A redução das rugas (marcas de expressão) é notada em torno de cinco dias e sua ação completa é observada com dez dias. O efeito do tratamento dura entre 3 e 6 meses (média de 4 meses), com reaparecimento gradual das rugas.
Para a hiperidrose axilar e palmar, a duração é de 8 a 12 meses.
Cuidados e riscos
É indicado que o paciente siga as seguintes orientações nas primeiras quatro horas após o tratamento: não deitar, não inclinar a cabeça para baixo e não manipular ou massagear as áreas tratadas. Neste mesmo período, sugere-se que os pacientes façam os movimentos da musculatura tratada, conforme orientado pelo dermatologista.
Os efeitos adversos são geralmente leves e temporários: edema (inchaço), pequenos hematomas (sangramento discreto e coloração arroxeada) no local da aplicação e dor de cabeça (sensação de “peso”). Em raros casos observam-se náuseas, assimetrias, fraqueza temporária da face, ptose (“queda das sobrancelhas”) e diplopia (“visão dupla”).
Não é necessário repouso ou interrupção das atividades rotineiras.
Não deve ser aplicada em gestantes ou mulheres no período de amamentação.
Em caso de dúvidas, entre em contato com seu dermatologista. A equipe da Clínica Tassara está à sua disposição!
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